segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Que seja eterno enquanto dure!


Cara quanto tempo não venho aqui. Senti até falta... acho que não viria aqui tão cedo, mas o fato ocorrido na última semana me trouxe de volta, pra uma rápida reflexão. Você deve saber qual assunto vim abordar, um assunto repercutido nesta semana e com um trágico desfecho, algo irreparável e sem volto.


Na segunda feira soube pela minha mãe que uma menina havia sido sequestrada pelo ex namorado, minha mãe dizia que pelo visto o cara tava pertubado e tudo mais. Não dei muita atenção ao ocorrido, até por que tinha problemas pessoais que me impediam de dar atenção a qualquer outro fato. Incrível como achamos que está tão ruim pra gente e vivemos reclamando disso . Na verdade é só olhar pra trás pra ver que tem gente com muitos problemas maiores que os nossos, não que isso vá aliviar a pressão, mas ajuda acalmar pra se pensar em uma resolução.

Todos esperavam um fim tranquilo daquilo tudo, até se pensava na morte do sequestrador, mas todos sabem como se sucedeu o fim dessa trágica história de amor...peraí...será que isso é amor mesmo?


Quando paro pra refletir me pergunto se realmente o que esse rapaz sentia pela menina era amor mesmo, você mataria quem você ama? Por mais que me digam que não sei o que realmente ela fez com ele, isso não dá motivo pra você matar alguém. Para pra pensar, você olha nos olhos da mulher que você diz amar e mete uma azeitona no meio da testa dela. Que amor é esse...

A única alternativa que me deixo encarar como verdadeira é ele ter ficado louco, fora isso pra mim não havia amor e sim ódio e uma vontade de se vingar por não aceitar a perda.

Triste é pensar que era uma menina jovem que tinha muita coisa pra viver, muitas coisas a conhecer e muitos amores que não vão mais cruzar a sua vida.

Não poderia descrever o que é amor pra vocês mas indico uma música do Renato Russo (legião urbana) que se chama Monte Castelo e que fala bem o que é o amor e diz de forma verdadeira o que se faz quando se realmente está amando. O que eu vi essa semana foi uma tremenda maldade onde não havia amor em nenhuma parte e sim ódio e orgulho que só foi diminuído com o sangue derramado da menina de apenas 15 anos.

O que fica agora é a tristeza de uma grande perda, não infelizmente a última, por que como essas tivemos outras, como a do menino João que foi arrastado pelo carro aqui no Rio. Mas nenhuma a perda é menor ou tão irreversível na vida dos que ficaram sem a menina já falecida. Aliás o que vale ressaltar aqui é que a única e mais bonita prova de amor ficou por questão da eterna amizade da amiga de outros 15 anos que resolveu voltar para ficar ao lado da amiga.

Difícil entender tudo o que passou, não aponto culpados pela tragédia e nem quem mais sofreu. O pior de tudo é que nas contas de final de ano essa vai ser só mais uma morte entre milhares de outras que ocorreram no nosso país e com o passar dos anos, vai ser uma dor lembrada apenas pelas famílias da vítima, que ao olhar para o vazio não terão ali o calor e a vivência de uma linda menina, que faleceu aos 15 anos, por querer ser feliz e dar continuidade a sua vida.

A nós fica a esperança de que um dia possamos olhar pra trás e nos orgulhar do nosso futuro, onde a palavra AMOR não esteja relacionada a assuntos de morte, mas sim de vida.

"Que o amor seja eterno enquanto dure."


Dedico o texto a Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, falecida no dia 18 de Outubro de 2008, por querer ser feliz.